Resumo do texto anterior:
No post anterior, deparamos em um problema, onde as mudanças aceleradas da época em que vivemos e a forma em que o ser humano as encara não estão em sinergia.
Verificamos também que esse problema afeta diretamente nossa vida profissional, pois para ganhar mercado e ser lucrativa, as empresas dependem muito mais do fator humano do que propriamente dito do produto. E o problema surge exatamente ai, pois o ser humano não verifica a empresa respondendo essa necessidade de mercado, ele não esta progredindo e nem sentindo satisfeito em colaborar com essa nova realidade.
Sem essa sinergia estaremos caminhando para o fracasso, tanto empresa como Homem, como resolver?

A melhor, e muitas vezes única maneira de sair desse tipo de sofrimento para uma solução duradoura, é entender primeiro o problema fundamental que está causando a dor e a frustração. Nesse caso, boa parte do problema está em comportamentos que decorrem de visão da natureza humana incompleta e profundamente falha que mina o sentimento de valor das pessoas e inibe seus talentos e potenciais.

Temos na evolução do homem vários períodos, vou me prender em apenas quatro para ser o mais breve possível e não cansar o leitor.
A era do homem caçador
A era do homem Agricultor
A era do homem industrial
A era do trabalhador do conhecimento (ou o que chamei de Profissional de alto desempenho).

Observando a historia verificamos que em cada passagem de era, o impacto foi monstruoso nas comunidades, porém o homem se adaptou e seguiu em frente, isso faz parte da evolução, não adianta tentar mudar.

O homem caçador ao deparar com o homem agricultor, que conseguia produzir 50 vezes o que ele caçador fazia, ficou desesperado, frustrado, estressado, fracassado, apavorado.
Porém viu o homem agricultor ganhar melhor, poder pagar estudos para os filhos e oferecer boas oportunidades, com isso o homem caçador se tornou agricultor, pelo menos passou para seus filhos e netos essa mensagem e houve um grande downsizing de 90% de caçadores para agricultores.

O homem agricultor com o passar do tempo depara com o homem industrial, que consegue produzir 50 vezes o que ele agricultor fazia, ficou desesperado, frustrado, estressado, fracassado, apavorado. Porém viu o homem industrial ganhar melhor, poder pagar melhores estudos para os filhos e oferecer boas oportunidades, com isso o homem agricultor se tornou industrial, pelo menos passou para seus filhos e netos essa mensagem e houve um grande downsizing de 90% de agricultores familiares para industriais.

Passaram anos e estamos vivenciando o início da mudança novamente, da era industrial para a que demos o nome de “era do conhecimento”, do trabalhador do conhecimento. Esse trabalhador vai superar o industrial em 50 vezes, ainda é cedo para dizer, porém com a velocidade das transformações, com as ferramentas e tecnologias avançando, com a comunicação se expandindo e o homem tendo acesso fácil a todo esse material, com certeza nossos filhos, os filhos dos nossos filhos farão muita diferença nessa nova era.
Meu filho com 2 anos já comandava o mouse do nosso computador muito melhor do que o meu pai, na escola ele tem aulas de xadrez, computador, “lego’, pesquisas na internet, viagens de estudo e ele está na 2ª série. No meu tempo na 1º série eu fazia “chuvinhas e ondinhas no caderno para aprender a escrever a letra “C”.

O ativo mais valioso da empresa no século XX foi seu equipamento de produção. O ativo mais valioso das empresas do século XXI são os trabalhadores do conhecimento.

Veja, se o principal ativo na era da indústria eram máquinas e capital – Coisas – As pessoas eram necessárias, porém substituíveis, era possível controlar pessoas e trocar trabalhadores manuais sem grandes conseqüências, as pessoas eram Coisas, tudo o que se queria das pessoas eram seus corpos e não se estava interessada em sua mente, seu coração ou seu espírito.
A pessoa estava reduzida a uma coisa!!
Assim muita das modernas práticas gerenciais provém dessa mentalidade, ela nos faz acreditar que é possível controlar e gerenciar pessoas, ela nos faz acreditar pela visão contábil que pessoas são despesas e máquinas são ativos, ela nos deu a filosofia motivacional da cenoura e do chicote - Que motiva com uma cenoura (recompensa) e conduz, por trás com o chicote (o medo e punição).

O que acontece quando gerenciamos pessoas como se fossem coisas? Elas deixam de acreditar que liderança é uma escolha. A maioria das pessoas pensa na liderança como se fosse uma posição e, portanto, não se vêem como líderes.
Até esse momento, as pessoas pensam que somente os que estão em posição de autoridade devem decidir o que deve ser feito. Elas se deixaram, talvez inconscientemente, ser controladas como coisas. Mesmo quando percebem uma necessidade, elas não tomam a iniciativa de agir. Esperam que alguém com título formal lhes digam o que fazer e então reagem conforme lhes dizem. Consequentemente culpam o líder formal quando as coisas não dão certas e lhe dão o crédito quando tudo vai bem. E recebem agradecimentos por sua “cooperação e apoio”.

Esse tipo de comportamento enraizado em nossas estruturas gera o fator espelho, onde o líder com mentalidade medíocre, aproveita essa posição de seus subordinados e se esquiva das responsabilidades, assim nos momentos em que as coisas não dão certas, imediatamente procura culpados pelo ocorrido. Essa conspiração silenciosa está em toda parte e poucos são os que têm coragem suficiente para reconhecer que caíram em uma armadilha e nesse momento procuram sempre olhar de fora para dentro achando que isso ocorre somente nas outras empresas, ou com outras pessoas, nunca com elas.
Normalmente não tentamos mudar as coisas de dentro paras fora, deixamos acontecer, ou os mais ousados procuram outro emprego! E o ciclo recomeça!

Bem no fundo de cada um de nós há um anseio de viver uma vida melhor, de fazer a diferença e ser reconhecido por isso, há também uma grande dúvida e um medo de que essas coisas não aconteçam e que no final iremos fracassar e ainda ser mais medíocres do que se ficarmos quietos e deixar a onda levar. A força para quebrar essa barreira do medo é justamente o tema que iremos debater nessas mensagens, acredite, você pode e deve viver essa vida, você tem esse potencial dentro de você, todos têm.
É um direito da família humana que vem de berço!

Analisando a historia das grandes realizações, grandes mudanças organizacionais, grandes mudanças culturais ou até das grandes realizações pessoais, verificamos em todas começaram com a escolha de uma pessoa. Às vezes. Essa pessoa foi o líder formal – CFO ou presidente de uma corporação, outras vezes começou por outra pessoa, gerente da linha, um profissional dedicado, um assistente de alguém, não importa, qualquer que fosse sua posição, essas pessoas primeiro mudaram de dentro para fora. Seu caráter, sua competência, suas iniciativas e sua energia positiva, inspiraram e moveram outras pessoas. Elas tinham um profundo senso de identidade, descobriram seus talentos, suas forças, usara-nos para atender a necessidade e obtiveram resultados. Isso foi notado. Elas receberam mais responsabilidades, elas ampliaram essas responsabilidades e novamente obtiveram resultados, assim mais e mais pessoas notaram. O pessoal do topo quis conhecer suas idéias e como elas tinham realizado tanto. A cultura da empresa foi atraída para a visão delas e para elas.
Pessoas assim não são sugadas ou afundadas durante muito tempo por forças negativas, desmoralizantes, insultantes da organização, elas simplesmente perceberam que não podem esperar que o chefe, a gerência, a diretoria ou a organização mude. Elas se tornaram imunes a esses comportamentos e foram em frente, sem se abater, sempre em frente, e... Isso é contagioso!

De onde essas pessoas tiram essa força e energia?

você deve estar pensando que isso é para poucos, que não vai conseguir, que parece papo de “Auto-ajuda”, que se começar a fazer isso será demitido, que está aprisionado na rotina, que está atolado para cumprir as metas e não tem tempo para isso...
Essas são as vozes interiores que muitos estão escutando agora, porém nem sempre foi assim, o ser humano nasce para ser vencedor.

“Todas as crianças nascem geniais; 9.999 em cada 10.000 são “desgeniadas” rápida e inadvertidamente pelos adultos”.
- frase de Buckminste fuller-

Nós pais sempre preocupados na educação e futuro de nossos filhos, não notamos, porém, que a frase que uma criança mais escuta nos primeiros anos é exatamente a negativa: NÃO! Não pode fazer isso, Não pode por a mão, Não pode mexer nos CD´s , Não entre aí, Não saia daí, Não vá por aí, Não esqueça a lição, não esqueça de tomar banho, não chegue tarde, não falte no trabalho, Não, Não, Não!

Somos educados de forma errônea e aos poucos vamos destruindo a nossa autoconfiança, a forma de ser independente, pensador, inovador, criador; somos comparados o tempo todo ao nosso irmão, vizinho, amigo e essas comparações normalmente são destrutivas, são tantas as formas de “incentivar” que nos acostumamos a ser “dentro da média”, não nos sobressairmos, nem ficarmos no fim de fila, ser medianos e assim, dando ouvidos a essas “Vozes”, nos transformamos em adultos medíocres.

Todos nós podemos conscientemente deixar para trás essa vida de mediocridade e tomar o caminho de uma vida de grandeza – em casa, no trabalho, na escola, na comunidade – Não importa as condições, essa decisões podem ser tomadas por cada um de nós. Todos têm poder de decidir ter uma vida grande, ou ainda simplesmente, não ter apenas um bom dia, mas um grande dia. Não importa por quanto tempo tenhamos seguido a trilha da mediocridade, sempre podemos escolher mudar o nosso caminho, Sempre. Nunca é tarde demais. Podemos e essa é a idéia, encontrar a NOSSA voz interior, que nos guie no processo de dentro para fora!

Para prosseguir, pense nas palavras de Abraham Lincoln: “Os dogmas do passado tranqüilo são inadequados para o turbulento presente”.

Devemos renovar as idéias, temos que desenvolver não só uma nova mentalidade, mas um novo conjunto de habilidades e novas ferramentas, isto é difícil, pois nos tira da zona de conforto. Mas surgiu um novo desafio, uma nova economia, uma nova realidade, uma nova era.

Exige, portanto uma nova resposta,
Veremos como dar essa resposta nos próximos post.
Antunes
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