Quanto tempo você viveu?
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(Note, que a pergunta é que idade você tem...)

De vez em quando, algo acontece com as pessoas e as sacodem de suas vidas cotidianas, introduzindo-as em um suposto “êxtase”. Foi o que aconteceu com o escritor russo do século dezenove, Fyodor Dostoyevsky. Ele nunca foi um homem ordinário, mas foi uma experiência em particular que lhe deu discernimento e fez parte de sua genialidade.

Como um idealista, Dostoyevsky acreditava que a revolução política era o seu destino, o caminho que Deus lhe havia traçado. Juntou-se a um dos movimentos socialistas militantes que pareciam estar onipresentes na Rússia do século dezenove. Entretanto, seu esforço para derrotar o czar malogrou. Foi preso pelo czar e sentenciado à morte.

Mas ele não morreu.

Aqueles que desafiaram o poder totalitário do czar foram submetidos a uma cruel tortura psicológica. Tiveram seus olhos vendados diante de um pelotão de fuzilamento. As ordens de “preparar!”, “apontar!” e “fogo!” foram dadas. O som dos tiros foram ouvidos. Mas nada! As balas eram de festim. As vítimas tinham sido submetidas a uma tortura emocional com o objetivo de levá-los à morte psicológica.

O processo foi idealizado para destruir a vida emocional das vítimas do czar, mas no caso de Dostoyevsky ironicamente proporcionou uma maneira inteiramente nova de ver a vida. Face à morte, teve uma percepção realista da vida. Aprendeu a apreciar cada momento da vida como se fosse o último momento, então, tudo que era ordinário assumia grande importância.

Quando comia a refeição, concentrava-se no gosto, a cada mordida, saboreava porque acreditava ser sua última refeição.

Quando andava pelo pátio da prisão, respirava profundamente estufando os pulmões apreciando como nunca tinha feito antes.

O condenado Dostoyevsky, cada momento, cada experiência, viveu com profundidade, sensibilidade e emoção.

Ele estudou o rosto de cada um dos soldados que tinham a tarefa de torturá-lo. Porque estava convencido que aquele seria o último rosto que veria.

Dostoyevsky viveu face a face com a morte. Mais tarde, confessaria que viveu muito mais nos momentos em que estava convencido que seriam os últimos momentos de sua vida.

Havia aprendido face à morte a viver, como a antiga advertência latina: Carpe Diem! (Aproveite o dia!).

Como é estranha a nossa pequena procissão da vida! A criança diz: “Quando me tornar moço”. O moço diz: “Quando me formar”. Uma vez formado, diz: “Quando me casar”. Após o casamento, e na plena luta pela vida o pensamento muda: “Quando me aposentar”.

E então, o aposentado olha para trás e contempla o panorama percorrido. Um vento glacial sopra em toda parte. O homem se dá conta de que ele nada aproveitou, e agora está tudo acabado. A vida - aprendemos tarde demais - não consiste em esperar pelo futuro, mas em viver plenamente cada dia e cada hora presentes. (Stephen Leacock)

Ah! Não esqueça de responder a pergunta: Quanto tempo você viveu?
1 Response
  1. Anônimo Says:

    Existem várias traduções para a espressão "Carpe Diem" mas a mais correta e usual é "aproveite o dia"


IG